quarta-feira, 18 de abril de 2012

O tempo e sua administração

     
          “O tempo” é dos mais enigmáticos temas da filosofia. Questões como “o que é o tempo”, ou “como relativizar e perceber a passagem do tempo” sempre intrigaram a mente humana, pela subjetividade de suas respostas.

Por que temos a impressão de que o tempo é curtíssimo em determinadas ocasiões, e em outras longo demais? Como ter com esta questão uma relação produtiva?

Ocorre que o tempo, como elemento físico, é o mesmo desde sempre. Muda a nossa percepção com relação a ele, de acordo com fatores externos. Três horas de prazer (escolha você o exemplo) são percebidas como tempo brevíssimo. Uma hora de tortura e dor custa a passar. Muda portanto a nossa percepção sobre o tempo. Se sabemos que o humano, a todo momento busca o prazer na medida exata em que evita a dor, conclui-se aqui que a nossa relação com o tempo é de absoluta empatia: temos com ele a relação de percepção de acordo com o envolvimento sensitivo que temos com as nossas ações. Podemos, sabendo disso, trabalhar a questão de maneira produtiva.

O mundo do trabalho adotou “a administração do tempo” como um tema. O tempo passou a ser tratado como um capital, que gera ativos se bem explorado. Gerir o tempo passou a ser tão importante como gerir recursos financeiros, naturais, de relacionamento etc.

A administração do tempo, quando transformada em ferramenta de gestão, nos leva a duas práticas que estão em sua mais profunda essência, quando o objetivo é o aumento da produtividade: disciplina e renúncia.

Disciplina: fazer o que sabe-se que é necessário fazer, no tempo correto. Não procrastinar, ou seja, ter o hábito de deixar para depois. Estabelecer prioridades, tanto nas grandes metas (quero chegar primeiro ali e ali, e só depois ali) quanto nas tarefas diárias (para chegar ali e ali, hoje tenho que fazer isso e aquilo. Isso até o horário de almoço e aquilo até às seis.) E o mais difícil: fazer acontecer o planejado. Disciplina é em suma, mais do que planejar. É fazer acontecer o planejado.

Renúncia: se não é possível duas ações ao mesmo tempo, temos de renunciar a uma delas. Ou pelo menos renunciar a prioridade de uma delas. Tenha discernimento ao renunciar. Procure equilibrar os benefícios de curto prazo com as grandes metas, ou seja: um olho lá na frente, o outro no este momento. Há quem renuncie da vida em prol do futuro e se arrependa na velhice de não ter desfrutado. Há quem desfrute demais o presente e perca a chance de um futuro próspero, tranquilo e feliz. Devemos ter a sabedoria de equalizar estas duas vertentes.

O tempo passa depressa para quem sente prazer. Tenha prazer nas suas tarefas pensando nos benefícios que elas lhe trarão. Exercite a disciplina, pondere suas renúncias e, nas horas vagas (encontre-as, construa-as!), não deixe de aproveitar um pouco a vida. Sigamos!

* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.